domingo, 31 de julho de 2011

ESPECIAIS: A Quinta Avenida

CAMINHANDO PELA 5ª AVENIDA


Por Camila Savioli

[As imagens você encontra no fim do texto. São doze belíssimas fotos dispostas em formato "galeria"]

5ª Avenida. Podemos dizer que é a nossa Av. Paulista de Nova York com as lojas Louis Vuitton, GAP, Hollister, Catier, Swatch, Chanel e por aí vai. É um sonho andar nessa avenida luxuosa. A 5ª avenida é a mais movimentada de Manhattan. Vai desde a Midtown até o Central Park. Nesta área você encontra os apartamentos e as propriedades mais caras, além de mansões históricas, que são símbolos de riqueza em Nova York.


É uma das melhores avenidas para fazer compras, mas é preciso ter uma vida financeira boa, pois é um dos locais mais caros. Ela foi fundada por Joseph Winston Herbert Hopkins, e o interessante é que essa avenida divide as ruas em leste e oeste de Manhattan. Estende-se desde o lado norte do Washington Square Park, atravessando o Greenwich Village, Midtown e o Upper East Side. É de apenas um sentido e há muito trânsito que começa desde a Downtown.


O que sempre chama a atenção em qualquer lugar de Nova York são os prédios e suas arquiteturas. Na 5ª avenida você encontra o famoso Empire State Building (vou fazer um post sobre prédios famosos em NY) que é localizado em Midtown. Há também igrejas lindas, como a Igreja Presbiteriana e a Igreja St. Patrick. Esta é a igreja católica mais visitada em Nova York. Ela foi construída em 1858, mas só foi inaugurada em 1879.


Há também a Biblioteca Pública de Nova York e o Rockfeller Center, que é um complexo de 19 edifícios comerciais construído pela família Rockfeller, que também está localizado no centro de Midtown Manhattan. O Rockfeller é um dos principais centros turísticos da cidade e lá você também encontra o Radio City Music Hall e a sede da NBC, onde é gravado o famoso programa Saturday Night Live. Não posso deixar de falar que a 5ª avenida abriga dois museus: o Metropolitan Museum of Art e o Museu Solomon R. Guggenheim. Infelizmente não conheci esses dois museus, só passei em frente. Para você conhecer direito, é preciso passar o dia lá. Se eu tivesse ficado umas duas ou três semanas, com certeza eu teria ido.


É isso que vocês vão encontrar na 5ª avenida quando forem para Nova York. Claro que há muito mais coisas e, como eu já disse, uma semana foi muito pouco para explorar aquela cidade linda. Mas há outras curiosidades que eu só vou contar nos próximos posts. Até lá, vou deixar vocês com pouquinho de vontade de viajar. Brincadeiras a parte.


PS: Leitores, não se preocupem! Na 5ª avenida tem as lojas Best Buy e a Apple. Vocês vão poder comprar Iphone, Ipod, Ipad... E na foto a Loja Cartier não lembra o Shopping Light? Quem copiou quem? rs


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O grito surdo das mulheres do deserto

Cidade do Silêncio (Bordertown, 2006. Direção: Greogry Nava) é um filme perturbador.

A trama desenvolve-se em torno da ida de uma repórter - Lauren - (Jennifer Lopes) à Juarez, México. O jornal no qual ela trabalha em Chicago quer saber sobre os estupros e assassinatos de mulheres que têm ocorrido na região. Lá ela encontra um antigo parceiro de jornal -Alfonso Díaz - (Antonio Banderas), atualmente dono do periódico que não se cala diante dos crimes bárbaros cometidos contra as mulheres e, por conta disso, é sistematicamente censurado pelas autoridades coniventes com a criminalidade.

As mulheres violentadas e barbaramente assassinadas são operárias - "maquiladoras" - em fábricas de televisores. Ganham salários miseráveis e moram em regiões muito pobres. Porém, ao chegar lá, o que parecia ser apenas uma história para Lauren virar correspondente internacional se tornará algo muito mais profundo e transformador.

Ao conhecer Eva (Kate del Castillo), uma jovem que foi violentada mas conseguiu sobreviver, a repórter se entregará de corpo e alma à solução do crime e à uma frenética e arriscada busca pela punição dos culpados. Vale a pena conferir.


Se você não gosta de saber detalhes mais aprofundados do enredo, não leia os próximos parágrafos. 

Após produzir um artigo "verdadeiramente humano", nas palavras de seu editor, George Morgan (Martin Sheen), Lauren se vê aliviada. Tudo parece caminhar bem.

Mas.

A jornalista foi "fundo" demais. Responsabilizou "gente grande": o governo dos EUA, México e as empresas envolvidas em transações comerciais altamente lucrativas para todos os lados - menos para os das mulheres miseráveis e suscetíveis a toda sorte de violência. Qual o resultado?

Os políticos fizeram o que muitos por aqui também fazem: foram até a redação e compraram o editor para que não publicasse o artigo de Lauren, isso para "evitar publicidade negativa" durante a concretização dos "negócios".

Todo o peso da situação recai sobre a jornalista - ela arriscou sua própria vida, da menina Eva e do dono do jornal de Juarez. Seu editor, que antes havia elogiado o texto, agora reproduz um discurso abertamente comercial e diz que "as reportagens investigativas chegaram ao fim" e tudo não passa de corporações.

Vendeu os princípios éticos jornalísticos aos diabos - corporações e políticos promiscuamente relacionados.

Alfonso Díaz, proprietário d'O Sol de Juarez, é assassinado.

E esse é apenas um dos problemas de violência mexicana. Pode-se acompanhar recentemente as centenas de assassinatos, valas-comuns, jornalistas autocensurados, ameaças etc. etc. na região. Ciudad Juarez é a cidade mais violenta do mundo hoje. Dominadas por cartéis de drogas. E omissão do governo.

O filme permanece atual. É um tributo a todas as vítimas de violência no México, jornalistas, ativistas e políticos que tentam fazer seu trabalho de forma correta para dar condições humanas aos mexicanos.

E, é claro, aquele belo tapa na cara dos corruptos e marginais, que se acham acima da lei, de plantão.

Chaves: todos atentos olhando pra twitcam

Roberto Bolaños, criador das séries "Chaves" e Chapolin e de uma centena de outros personagens e quadros humorísticos, fez uma twitcam anteontem. "El Chavo del Ocho" falou para cerca de 40 mil pessoas por quase uma hora e meia. Além dele, sua esposa "Dona" Florinda Meza também participou do evento. Abaixo, o vídeo da íntegra.






sábado, 30 de julho de 2011

Pérolas dos formados em Direito no exame da OAB

Do Jornal do Brasil

Erros de bacharéis em prova da OAB mostram despreparo para o exercício da advocacia


“Perca do praso”, em vez de "perda de prazo". “Prossedimento”, e não "procedimento". “Respaudo”, em lugar de "respaldo". “Inlícita”, e não "ilícita". Erros de português como esses foram constatados no primeiro exame de 2011 da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio do qual os diplomados em direito buscam aprovação para poder exercer a advocacia. Por causa disso, a entidade defende a manutenção da prova de habilitação para os futuros advogados. Em breve, o assunto deverá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).



No ano passado, nove em cada dez candidatos ao exame unificado da OAB foram reprovados. Os resultados não deixam dúvida sobre a formação deficiente dos bacharéis em direito – ou pelo menos sobre como eles estão aquém das exigências da entidade.


Agência Brasil teve acesso a partes das provas do primeiro exame de 2011 da entidade. Os erros não se restringem à falta de domínio da língua portuguesa. Os inscritos também desconhecem noções elementares de direito e sobre a formação do Estado brasileiro.


Em uma das questões da provas, um candidato responde que o juiz do Trabalho não pode “legislar sobre falência”. Em outro trecho, o inscrito mostra que desconhece o mais alto cargo do Judiciário, o de ministro do STF. A petição simulada na prova pelo candidato é dirigida ao “Exmo. Sr. Desembargador do Supremo Tribunal Federal”. No entanto, não há desembargadores no Supremo.


Os erros dos candidatos mostram que é preciso uma seleção mínima para que os diplomados em direito possam exercer a advocacia, diz o vice-presidente da Comissão Nacional do Exame de Ordem e coordenador da comissão de elaboração do Exame de Ordem Unificado, Luís Cláudio Chaves. “O advogado lida com a liberdade, com o patrimônio, com a questão sentimental em um processo de família. Se essa pessoa fizer mal a alguém [por falta de competência profissional], se alguém for preso pela sua baixa qualificação, como se remedia isso? ”


O questionamento sobre a legalidade do exame da OAB chegou ao STF por meio de uma ação impetrada pelo bacharel João Antonio Volante. A ação tem como relator o ministro Marco Aurélio Mello. Na semana passada, o parecer do Ministério Público Federal (MPF) sobre o assunto causou polêmica nos meio jurídicos: o subprocurador-geral da República Rodrigo Janot considerou o exame inconstitucional e argumentou que ele serve para fazer reserva de mercado.


“Se fosse um concurso com restrição de vagas, poderia haver questionamento da constitucionalidade, mas estamos procurando aptidões”, assinala Chaves. “Isso existe até em funções não intelectualizadas. Um motorista, por exemplo, precisa de uma carteira de determinado tipo para dirigir profissionalmente.” Para ele, é melhor que a OAB submete os bacharéis à prova do que constatar o despreparo durante o exercício profissional.



Professor em Fukushima silenciado após alertar crianças sobre radiação

Um professor de literatura japonesa, que dava aula na cidade de Fukushima, resolveu se demitir após ter recebido ordens do colégio para "não alarmar" os estudantes com medidas de proteção contra a radiação.


Toshinori Shishido tem alertado há dois meses sobre os perigos de se expor à radiação sem as devidas precauções - na região, hoje, a quantidade de partículas radioativas equivalem à exposição recomendada em um ano.


A diminuição com os cuidados se deve às altas temperaturas na região, que estão levando as pessoas - especialmente crianças e jovens - a abandonar máscaras cirúrgicas e não utilizar roupas que cubram totalmente a pele. No caso das crianças, elas estariam brincando em parques usando camisetas "simples".


"Eu quero sair dessa situação na qual não posso alertar crianças sobre os riscos de se expor à radiação", diz.


O diretor-assistente do colégio, Kiyoharu Furukawa, informou que a escola apenas pediu a Shishido para não gastar muito tempo falando sobre radiação em suas aulas, pois alguns pais e alunos tinham reclamado. Ele confirmou a saída do professor.


Com informações do Japan Times - clique aqui para ler o original (em inglês)


O Metrô dos Sonhos

Metrô de São Paulo hoje e a "rede essencial" até 2025 (o segundo mapa não mostra as linhas da CPTM).


Clique para ampliar.



Jornalista frequentou a escola com o terrorista norueguês

Do Diário do Centro do Mundo


‘O Anders Breivik Que Eu Conheci’





written by Paulo Nogueira




Anders quando jovem estudante

O jornalista norueguês Peter Svaar, da emissora NRK, levou um susto ao ver as fotos do homem que matara tanta gente na Noruega numa ação terrorista dupla – primeiro uma bomba em Oslo, depois uma metralhadora disparada por uma hora e meia contra jovens acompados na ilha de Utoya. O jornalista reconheceu, ali, um colega de escola. Svaar escreveu um relato que está hoje percorrendo o mundo. Achei-o no site da BBC, onde era na manhã de sábado a notícia mais lida. Traduzi-o na raça, e compartilho-o aqui:


Foi o meu último dia de trabalho antes das férias de verão, e eu estava planejando sair da redação mais cedo.
Nuvens de fumaça preta subiram do ministério do comércio, e na rua havia vários mortos e feridos.


 

Enquanto estávamos lá, ouvimos notícias sobre um tiroteio no acampamento de verão do Partido Trabalhista em Utoeya. A primeira vez que ouvi pensei que fosse um rumor, mas não era.
Às 10 horas daquela noite eu finalmente fui para casa, a pé, visto que todo o centro de Oslo tinha sido lacrado pela polícia.


A apenas um quarteirão do meu apartamento havia vitrines quebradas e um silêncio estranho e fantasmagórico. De volta para casa, recebi uma mensagem de um amigo.


“Esse é o cara. O cara que eles prenderam no acampamento de verão”, disse o amigo em questão.


Havia um link, para uma página de Facebook. Três a quatro fotos, profissionalmente realizadas em algum estúdio. Quase como um kit de imprensa.


Eram fotos de um cara que eu conhecia.


Fotos de um rapaz cujo nome muita gente não vai nem falar mais, para não contribuir para a sua fama.

Anders Behring Breivik foi um amigo meu. Ele foi meu colega durante quatro anos.


Nós fizemos a mesma escola secundária, e crescemos no mesmo lado de Oslo.
Eu o vi na maioria dos dias durante esses anos. Nós fomos a excursões da escola juntos e, ocasionalmente, nos víamos nos fins de semana.


No começo eu realmente não podia acreditar que era verdade.
Ele realmente foi o agressor de cabelos loiros na Utoeya, o cara que acabou de matar tantas pessoas jovens? O homem que brincou com eles, dizendo-lhes que estavam a salvo, incitando-os a se aproximarem –  antes de matá-los, sem rodeios, com uma metralhadora?


 

Sim. Foi meu amigo, meu colega de escola, que fez isso.


 

Ele era um homem não muito diferente de mim. Nós éramos da mesma idade, fomos para as mesmas escolas. Nenhum de nós teve dificuldades materiais ou foi vítima de qualquer injustiça social neste país em que a política de bem-estar social é tão ampla.


Claro, eu nunca passei anos na frente do meu computador pesquisando receitas de bombas ou buscando sites extrema-direita. E, acima de tudo, nunca senti o tipo de raiva ou ódio que ele deve ter sentido dentro de si.


Ainda não consigo entender a origem de todo o ódio. A maioria das pessoas pensam dele como um monstro agora. Ainda me lembro do seu sorriso e das suas piadas.


Eu me lembro de como Anders, às vezes, vinha até você por trás e, brincando, gritava “Kra!” em seu ouvido – apenas para dar um susto amigável.


Era a sua saudação no pátio da escola na época.


Também me lembro de sua fixação com levantamento de peso e hip-hop, e de como ele sempre se vestia sempre muito bem.  No final do tempo que passamos juntos na escola, eu sabia que ele estava tomando esteróides para crescerem mais músculos. Mas ele não era o que se pode chamar de solitário, ou uma pessoa com quem você não podia sair.


 

Basicamente, ele não foi muito fora do comum. Infelizmente, não acho que ele é louco – ao contrário, ele é frio, inteligente e calculista


 

Nossos caminhos quase cruzaram, não apenas uma, mas duas vezes na semana passada.


 

A primeira vez foi no centro de Oslo, onde eu presumo que ele esteve alguns minutos ou talvez uma hora antes de eu chegar – ele desencadeando a bomba, e eu aparecendo ali um pouco mais tarde para fazer uma reportagem sobre isso.


Nossos caminhos quase se cruzaram em  Utoeya. Eu também estava lá, só que desta vez um dia antes dele. Na manhã de quinta-feira, a véspera do ataque, esperei pacientemente a balsa para levar-nos com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jonas Gahr Store, que estava indo lá para fazer um discurso.


Conhecido simplesmente como Jonas na ilha, ele chegou em sua Mercedes preta, sozinho, sem seguranças, sem assistentes, sem secretário de imprensa, nada. Eram apenas ele e seu motorista, que ficou com o carro. Jonas estava vestido casualmente com jeans e uma camiseta, e começou uma conversa descompromissada sobre a curta viagem de balsa.


Quando chegamos à ilha, sentei-me na grama em frente a uma cabana de madeira vermelha, e com várias centenas de jovens acompados ali ouvi o ministro, Gahr Store, fazer um breve discurso sobre a crise da fome no leste da África e as perspectivas de um Estado palestino.


Depois, ele vestiu um uniforme de futebol e foi jogar uma partida – que sua equipe perdeu. Muitos dos outros jogadores  agora estão mortos. E várias dezenas de pessoas que estavam torcendo estão mortas, também.


Anders atirava não apenas uma, mas duas vezes, para ter certeza. Garotos. Eu me lembro de seus rostos.  Eu não sei o que levou Anders a fazer isso. Mas não acho que ele é louco. Eu teria criado uma distância confortável entre nós, se achasse que ele era. O que li em seu manifesto na internet não sugere também que ele fosse louco.


O Anders que eu sconhecia que não era um monstro.


E como diz o ditado, ele não era uma ilha. Ele foi um produto da nossa sociedade. Ele foi um de nós.



quinta-feira, 28 de julho de 2011

ESPECIAIS: Luzes, Câmera...Broadway!

LUZES, CÂMERA... BROADWAY!


Por Camila Savioli


Hoje vou falar um pouco sobre duas coisas que não podem faltar quando você for à cidade de Nova York: assistir a uma peça de teatro na Broadway e andar pela imensa e famosa 5ª avenida.


No post anterior eu comentei que a primeira coisa que você vê quando anda pela Times Square é a quantidade de letreiros luminosos. Além de propagandas de seriados, filmes, marcas de roupas, há também as famosas peças de teatro da Broadway. Então, resolvi escrever, resumidamente, sobre as principais peças que estão em cartaz.



Para começar, vou falar sobre a peça The Lion King. O musical está na Broadway desde julho de 1997, baseado no filme de animação da Disney. Este é um show de tirar o fôlego e conta com a participação de mais de 40 artistas que dão vida aos animais da floresta e recriam a força e a coragem que marcam a vida dos mesmos. O espetáculo conta com 15 números musicais, incluindo as canções do filme escritas por Elton John e Tim Rice. A peça está no Minskoff Theatre e o ingresso custa entre 80 e 263 dólares. Depende do lugar que você deseja comprar. Essa peça é uma das mais difíceis de assistir. Algumas pessoas chegam a comprar o ingresso com um ano de antecedência. É muito tempo mesmo! Rs


Não posso deixar de falar desse espetáculo. Mamma Mia é um divertido musical embalado pelas canções do ABBA, que conta a história de Sophie, uma jovem noiva que vive com sua mãe, Donna, em uma ilha na Grécia e tem o desejo de conhecer seu pai antes do casamento. Essa história maravilhosa inclui os maiores sucessos do ABBA: Dancing Queen, Money, Money, Money, SOS, Chiquitita, Knowing me, Knowing you, Take a chance on me, Voulez Vous, entre outros. Mais de 42 milhões de pessoas do mundo já assistiram ao musical. O ingresso custa de 112 a 289 dólares e a peça está no Winter Garden Theatre. Eu assisti e achei maravilhoso!


Outra peça que também está em cartaz é Billy Elliot. A história de paixão de um garoto de 11 anos pela dança, que deve superar todas as dificuldades impostas por sua família. A narrativa é ambientada em uma pequena cidade de Londres. A peça é baseada no filme de mesmo nome, de Stephen Daldry e com músicas de Elton John. A história foi construída com objetivo de quebrar preconceitos e fazer com que as pessoas reflitam mais sobre as diversidades. Billy Elliot está em cartaz no Imperial Theatre e o ingresso custa em torno de 54 a 342 dólares.


E por último, Spiderman Turn Off The Dark. Os fãs do homem-aranha irão adorar, pois poderão acompanhar suas aventuras em forma de musical. Dirigido por Julie Taymor e com canções de Bono Vox e The Edge, esse espetáculo narra a história do adolescente que, após ser picado por uma aranha ganha super poderes. Spiderman está no Foxwoods Theatre e o ingresso está em torno de 125 a 321 dólares.


Talvez vocês possam ter achado um pouco caro, não é? Concordo. Mas o preço depende do assento que vocês escolhem. Eu assisti o Mamma Mia na segunda fileira e paguei 128 dólares. E posso dizer: não me arrependo de jeito nenhum de gastar uma boa quantia de dinheiro em uma peça que foi maravilhosa! O lugar, as pessoas, os atores. Tudo foi lindo e valeu cada centavo empregado.


Mas há outro jeito de comprar o ingresso mais barato. Na Times Square tem a TKTS que é uma nova linha de ingressos no mercado. Eles vendem o ingresso pela metade do preço.  A vantagem é que você vai pagar mais barato, mas se você deixar para comprar lá em Nova York, corre o risco de encontrar tudo esgotado. A fila é enorme. Você também pode ter a sorte de encontrar pessoas na rua vendendo o ingresso mais barato, mas eu repito: é um risco que você corre. Eu comprei o ingresso pelo banco Itaú Personnalité. Eles oferecem o serviço Concierge na qual eles pesquisam sobre shows e espetáculos que ocorrerão no período de sua viagem, entregam a agenda cultural via e-email e depois é só falar qual peça ou show que irá assistir. Eu retirei o ingresso na bilheteria em Nova York. Não tive nenhum problema com isso.


Há muitas peças na Broadway e, para não deixar o leitor curioso, eu vou falar sobre elas no post Curiosidades. Mas isso é mais para frente. Bom, este post também seria sobre a 5ª avenida. Mas resolvi deixar para o próximo para não ficar cansativo e com informações pela metade. Espero que vocês gostem.

Casamento feliz? Foi Maluf que fez

Do Estadão


Os conselhos amorosos de Paulo Maluf




por Jair Stangler

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) foi um dos convidados do programa de Ronnie Von na TV Gazeta que foi ao ar na noite da quarta-feira, 27. O outro convidado foi o apresentador Max Fivelinha. Os dois participaram do quadro Conselheiro Sentimental.





Maluf falou, entre outras coisas, sobre como era o namoro na sua época. Segundo ele, quando era jovem, “namoro era uma coisa mais séria, para casar”. Por isso, explica, havia naquele tempo, a “casa civil” e a “casa militar”. Para ele, as coisas evoluíram desde então.


A uma telespectadora que contou estar há 23 anos com seu marido e disse já ter tentado se separar três vezes, Maluf disse já estar casado há 56 anos com a mesma mulher e ensinou que o casamento “é uma união em que você tem que ter maleabilidade. Você tem que ceder em algumas coisas que não são tão importantes.” E ainda fez graça: “Minha mulher diz o seguinte: mudar de marido, é mudar de defeito.” E termina com o conselho: “Tenta a quarta vez e não briga de novo.”


Nesse primeiro caso, os dois convidados concordaram. Quanto ao segundo caso, uma telespectadora que disse não amar mais o marido, os dois discordaram. Max afirmou que o casamento da telespectadora já devia ter acabado há tempo, enquanto Maluf defendeu que os dois continuassem tentando, embora visse como “defeito” que o marido da história não quisesse ter filhos.


Max Fivelinha defendeu o direito de uma mulher, citada por um telespectador, “olhar para o lado”. Ao mesmo telespectador, Maluf disse que “o ciúme é uma forma de amor”. A um jovem que acha que nunca vai ter namorada, Maluf ensina: “vá para as baladas”. Já Max Fivelinha raciocina: “se ele realmente gosta de mulher, um dia ele vai arrumar uma namorada”.









terça-feira, 26 de julho de 2011

As 3 coisas que descobri quando meu avião caiu

Via @AtilaFrancucci

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=iCVhUvQft-s&feature=player_embedded]
Ric Elias tinha um assento na primeira fila no vôo 1549, o avião que pousou no rio Hudson, em Nova York em janeiro de 2009. O que passou pela sua mente quando o avião desceu desgovernado? Ele conta sua história ao público pela primeira vez.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Modere a voz. Leia placas.

14h30 – Fila de banco – 20 pessoas – 2 caixas abertos. De 3.



[LIGAÇÃO FEITA] Rudi sofreu um acidente de carro no ABC, local onde mora. Um caminhão prensou seu veículo contra outra carreta. O rapaz, que não sofreu grandes ferimentos externos, estaria bem. Estaria. Não fossem as graves lesões internas: baço, fígado e pulmão perfurado. O médico iniciou uma nova medicação, ele estava reagindo bem, mas piorou. Porém, segundo o doutor ainda há motivos para manter a esperança: ele é jovem, tem vontade de viver e um filho. Mas na madrugada passada quase foi embora.


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[LIGAÇÃO FEITA – EM HORÁRIO DE TRABALHO] Na geladeira dela tem uma cebola, uma maçã e frango. O sujeito quase morreu de rir quando ela disse isso. [A moça do caixa interrompeu o atendimento para informar isso ao seu interlocutor]


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[LIGAÇÃO RECEBIDA - Toque da Banda Dejavu - duração 15 segundos até atender] Com um capacete ele está enfrentando uma fila do tamanho do mundo. Nas Casas Bahia. A mulher encheu o saco dele e ele foi pagar a conta que vencia na semana que vem ainda. O débito no valor de 70 reais fazia parte de um acordo sobre a dívida.


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“Saque máximo 600 reais. Favor não insistir”. A placa dizia. Em vermelho. Era só ler.


- Mas não pode mais de 600?


- Não.


- Puxa.


[A fila aumenta, o calor, a despeito do inverno, seguia brabo. Quase 15h10 e a barriga roncava]


- O senhor pode ir até o caixa eletrônico e sacar até mil reais.


- Não, então vou pagar só essa.


- Tem certeza?


- Sim.


- Certo, então o valor máximo é de 600 reais.


- Mas, tem certeza, que não pode mais de 600?


- Não.


- Tá ok.


[E ri-se Satanás...]


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Modere sua voz. Leia placas.


Por um mundo melhor e uma fila menor.

FLAGRANTE: Caminhões derrubam fiação em avenida de São Paulo

Não é preciso ser nenhum técnico para saber que a Estrada do Campo Limpo não comporta a imensa quantidade de caminhões que começaram a circular pela região depois das restrições a outras avenidas, como a Morumbi e Francisco Morato.


Em toda sua extensão, é praticamente pista única. Não aguenta nem os carros, quiçá caminhões, carretas e toda a sorte de veículos pesados.



Além da poluição e do trânsito - registrados pelo SPTV e portal G1 aqui e aqui-, o que assusta a quem passa pelo local são as quedas de fios provocadas pelos caminhões.


Enquanto eu registrava as imagens, um caminhão passou e arrancou mais um que por pouco não atingiu a mim e uma senhora que passava com uma criança pela calçada. 


O problema é que os caminhões são muito altos e alguns esbarram nos fios - elétricos ou de telefone - que cruzam a Estrada do Campo Limpo.


Até quando os moradores do local - nos quais me incluo - estaremos sujeitos a isso?


Caminhão no Morumbi não pode, mas no Campo Limpo a fiação pode ser arrancada e as pessoas postas em risco?


* A Eletropaulo está colocando postes mais altos. Ou seja: os caminhões ficam. Subir a rede de fios e ficar com o trânsito infernal e a poluição. Parabéns, prefeito Kassab.

domingo, 24 de julho de 2011

ESPECIAIS: Times Square

Times Square: a Praça dos Sonhos


Por Camila Savioli


Logo de cara vou falar do point de Nova York que todo mundo adora: Times Square. A primeira coisa que você quer fazer assim que coloca os pés na cidade é visitar aquela rua cheia de letreiros luminosos. Times Square fica localizada na Broadway com a 7ª avenida, em Manhattan. Lá você encontra uma variedade de lojas que encantam os olhos (essa é para as meninas rs ), restaurantes, teatros etc. Está localizada também a bolsa de valores NASDAQ, os principais estúdios de televisão como ABC, onde é gravado o programa Good Morning America, a MTV e a Virgin Records. Não posso deixar de comentar que lá também é gravado o programa do David Letterman.



Muitas pessoas gostam de passar o ano novo lá, até porque, na Times Square  se pode assistir umas das maiores e melhores festas de passagem do ano, com vários recursos visuais. Eu estou comentando tanto sobre essa avenida famosa, mas alguém sabe o que significa Times Square? “Praça do Tempo”. Até 1904, ela tinha o nome de Longacre Square que foi dado pelos colonizadores britânicos. Mudaram o nome devido à construção do edifício, One Times Square, que abrigou o jornal New York Times.


A avenida é bastante movimentada com direito a paradas turísticas. Como assim? Eu já vou explicar. Na rua você encontra personagens da Disney que você pode tirar fotos e, é claro, o famoso Cowboy Pelado! Eu não posso escrever um post sobre a Times Square sem falar dele! De longe, você encontra o cowboy, pois sempre há uma roda enorme de pessoas em volta dele! Rs. Há também a Cowgirl para vocês, rapazes, tirarem a foto (rs). Brincadeiras a parte com o caro leitor.


Caminhando pela avenida agitada, você encontra o famoso museu Madame Tussauds que fica na 42th street, entre a 7ª e 8ª avenida. Todo mundo se diverte tirando fotos com os seus artistas e personagens favoritos quase reais! Eu me diverti muito tirando fotos com o personagem Jack Sparrow. Uma pena ser de cera. O ingresso é 36 dólares, mas, como todo bom brasileiro, conseguimos sempre um desconto.


Em relação às lojas, é uma mais fofa que a outra. Meninas, lá vocês encontram a loja de maquiagens MAC e Sephora. É um paraíso. Há também a loja da Disney, GAP, Forever 21, mas as que mais me chamaram a atenção foram duas: uma loja de brinquedos, infelizmente eu não lembro o nome, que tem uma roda gigante dentro da loja! Isso mesmo, leitor surpreso, uma roda gigante! Linda! A outra foi a loja da M&M. Com dois andares, ela é repleta de chocolates, brinquedos e lembrancinhas. Uma graça!


Eu sei que você está quase dormindo na frente do computador, leitor sonolento. Então eu vou parar por aqui e no próximo post vou comentar sobre as peças de teatro na Broadway e a famosa 5ª avenida. Espero que eu tenha deixado vocês com vontade de comer M&M rs!



sábado, 23 de julho de 2011

ESPECIAIS: Portugal e o 'Além-Mar'

'Heróis do Mar', não por acaso, mas por vocação


Por Luiz Nascimento*

No texto anterior desta série “Desvendando Portugal”, prometi que falaria sobre a vocação imigrante dos portugueses. Aliás, um dos pontos que chamou a atenção do responsável do blog, meu amigo Diego Moura, para que fizéssemos essa série de textos sobre Portugal. No Brasil, há mais portugueses e descendentes diretos de lusos do que muitos brasileiros imaginam. A maior parte dessa concentração de imigrantes portugueses encontra-se nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. No início do mês de junho, com as eleições legislativas em Portugal, alguns dados sobre os portugueses no Brasil começaram a ser divulgados e espantaram a própria colônia lusitana.




[caption id="attachment_2197" align="alignright" width="300" caption="Imigrantes portugueses"][/caption]

Nas últimas eleições, por exemplo, os portugueses residentes no Brasil tiveram direito a eleger um deputado da imigração, por isso tais dados acabaram sendo divulgados. Infelizmente uma ínfima parcela desse grande contingente de portugueses em São Paulo conseguiu votar. As cédulas para voto são enviadas diretamente às casas dos imigrantes portugueses via correio, só pode votar aquele que recebe as cédulas. Mesmo se um português estiver apto a voto, não poderá exercer este seu direito caso não receba tais cédulas. E foi isso que aconteceu, pouquíssimos portugueses conseguiram votar nessas últimas eleições. Uma das promessas dos atuais deputados da imigração é mudar este processo eleitoral dos imigrantes, para que consigam fazer valer sua representatividade.


Pois bem, grande parte dos descendentes de portugueses radicados no Brasil já representam a terceira geração de famílias lusas. O maior contingente de imigrantes portugueses chegou ao Brasil na primeira metade do século XX, principalmente entre 1930 e 1960.



[caption id="attachment_2199" align="alignright" width="293" caption="Salazar"][/caption]

É natural pensar que esse êxodo deveu-se à ditadura salazarista  vigente no período. Em parte sim, mas não é o maior dos motivos. Os portugueses possuem uma vocação natural para a imigração, desde sempre foi assim. As famílias portuguesas são acostumadas a terem jovens imigrando para outros países da Europa, afim de construir sua vida e a estabilidade financeira, retornando a Portugal na velhice.


Grande parte dos portugueses têm exemplos na família, há vários lusos no Brasil que possuem familiares em outros países, todos portugueses em busca de construir sua vida. Foi com esse pensamento, com essa cultura enrustida em sua formação, que grande parte dos portugueses veio ao Brasil no século passado. Principalmente porque o Brasil, no início do século XX, gozava da fama de grande acolhedor de imigrantes – italianos e japoneses, por exemplo -  e era tido como o país onde “o dinheiro dava em árvore”, sem contar com a facilidade da mesma língua.




[caption id="attachment_2200" align="alignright" width="207" caption="Visto de imigração - clique para ampliar"][/caption]

França e Suíça são outros grandes redutos de portugueses, para termos exemplos europeus. Na própria Europa, o povo português é visto como trabalhador, pois são em grande parte imigrantes que voltam a sua terra após conseguirem estruturar suas vidas e suas famílias. A Venezuela é outro país sul-americano, por exemplo, que conta com um número enorme de imigrantes portugueses. Por lá há até uma cidade chamada Portuguesa, onde grande parte desses lusos e seus descendentes residem.


Em São Paulo, por exemplo, os portugueses contam com uma colônia muito forte e organizada, apesar de não se concentrar em bairros específicos – como os japoneses na Liberdade e os italianos na Bela Vista e Mooca – e não terem uma visibilidade tão grande. Os portugueses de São Paulo são responsáveis por uma grande e representativa parcela do ramo alimentício e imobiliário da cidade. A panificação, por exemplo, é dominada pelos portugueses. Mais da metade das padarias e grandes panificadoras da capital paulista ainda pertence a portugueses ou filhos de lusos. Isso sem contar com grandes empresas no ramo de construção e comércio, fundadas por portugueses e ainda mantidas por familiares, como o Grupo Pão de Açúcar e a Votorantim, só para citar dois grandes exemplos.


Há mais portugueses por trás de grandes empresas brasileiras do que imaginamos. A comunidade portuguesa de São Paulo desempenhou um papel importante na evolução da cidade ao longo do século passado, inclusive com uma relativa força política. Naturalmente essa força foi se perdendo ao passo que os descendentes, já nascidos no Brasil, foram tomando frente nos negócios de suas respectivas famílias e organizações portuguesas. A força dos portugueses em São Paulo chegou a alcançar níveis culturais muito altos para uma colônia descentralizada. Há ainda grandes grupos culturais portugueses que trabalham com o intuito de manter uma maior ligação entre os lusos. O futebol talvez tenha sido o meio mais forte de se fazer isso acontecer, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro.


Em São Paulo, há que se destacar a proporção que tomou a Portuguesa, não só no futebol e no esporte de um modo geral, mas abrangendo também a área cultural. A tradicional Festa Junina da Portuguesa, por exemplo, que ainda preserva muito da cultura musical e gastronômica lusitana, foi tombada há não muito tempo como Patrimônio Cultural de São Paulo. Na cidade de Santos, por exemplo, também há um grande contingente de portugueses, que ainda mantém suas tradições, mas não com a mesma força de anos atrás. Os portugueses, por mais que não pareça, vivem em uma realidade mais fechada, mais restrita. Talvez por isso não se tenha, no Brasil, uma noção exata do enorme tamanho da comunidade.


Assim como a questão da nostalgia, do saudosismo e do pessimismo, que são marcas da cultura portuguesa – um tema que ainda pretendo esmiuçar nesta série – a questão da imigração também é uma marca cultural de Portugal. Não há uma estimativa exata, mas há quem calcule que exista ao redor do mundo, entre portugueses e filhos, praticamente a mesma quantidade de lusos que vivem em solo português. Brasil, Venezuela, Canadá, Africa do Sul, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, Espanha, França, Suíça e Alemanha são alguns dos países que possuem uma colônia portuguesa muito forte e representativa. Um fato que por aqui muitos desconhecem.




[caption id="attachment_2195" align="alignright" width="288" caption="Camões"][/caption]

A imagem de Portugal como um país pequeno territorialmente e, por consequência com uma população limitada, cai por terra quando nos aprofundamos na cultura lusitana. Essa alma desbravadora imortalizada por Camões, esse espírito de 'Heróis do Mar', como apregoa o próprio hino português, é muito mais do que apenas um ode à uma nação, mais sim uma tradução da  cultura lusitana.







* Luiz Nascimento – Estudante de jornalismo, brasileiro de nascimento, com nacionalidade portuguesa. Ligado à comunidade portuguesa de São Paulo, neto de imigrantes lusos e sempre em estreito contato com Portugal.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

ESPECIAIS: Guia de Nova York

A segunda série de postagens especiais para o mês de julho será sobre Nova York (a primeira sequência de textos especiais, "Desvendando Portugal", você pode conferir aqui e aqui. Textos novos aos domingos).


Às sextas e segundas, a Camila Savioli, que visitou Nova York, vai trazer pra gente um pouco do que ela viu por lá. Além de curiosidades, passeios, pontos turísticos etc., muitas, mas muitas fotos, que vão deixar você babando de vontade conhecer a cidade imortalizada por Frank Sinatra e tantos outros. E, caso você já tenha visitado, tenho certeza que vai querer ir de novo.


É com a Camila.



New York, New York


Olá, meu nome é Camila Savioli e a convite do meu colega de faculdade, Diego Moura vou fazer um especial sobre Nova York. Estive nessa cidade por uma semana, e na minha opinião, é maravilhosa! Realmente é tudo aquilo que a gente vê nos filmes e seriados. De maneira informal, vou relatar sobre os lugares que visitei, dentre esses estão: os parques, a arquitetura dos prédios, lojas, entretenimento, etc. Aqui, caro leitor, você irá encontrar tudo o que eu senti nessa viagem, tudo o que me impressionou e o que ficou a desejar. Espero que com este tutorial, você também tenha vontade de ir e conhecer essa cidade linda que é Nova York.


O que é Nova York?


Antes de dizer o trivial, expresso aqui minha sincera opinião. NY é gente misturada, furdunço, compras e lojas espetaculares, shows, gastronomias diferentes, luzes e claro... cowboy pelado! (brincadeiras a parte RS). Se você foi ou pretende ir a essa cidade, caro leitor, não deixe de visitá-la, vale MUITO a pena.



Nova York é a cidade mais povoada dos Estados Unidos e a segunda maior aglomeração do continente. Em 2009, foram estimados 8,3 milhões de pessoas, dentre esse número diversas nacionalidades foram constatadas como: indianos, brasileiros, muçulmanos, alemães, canadenses, bolivianos, italianos, franceses, ingleses e por aí vai. A cada esquina você esbarra em 10 ou 15 pessoas ao mesmo tempo. Falando assim, parece que nem dá para andar pela cidade, mas dá sim. Nesse ponto, podemos comparar com São Paulo, devido à agitação nas ruas e a quantidade de pessoas de outros países que encontramos por aqui.


A cidade foi fundada por holandeses em 1624 e chamada de Nova Amsterdã, até ser controlada pelos ingleses. Foi capital dos Estados Unidos de 1785 a 1790. Nova York é composta por cinco distritos: Bronx, Queens, Manhattan, Brooklyn e Staten Island. Além do que, há distritos e pontos turísticos que tornaram a cidade conhecida mundialmente: Times Square, Estátua da Liberdade, Central Park, Centro Financeiro, os arranha-céus mais altos do mundo, como o Empire State Building e as ex-torres gêmeas World Trade Center.



Essa pequena apresentação é para te posicionar e também para aproximar da cidade. A cada post vou falar desses lugares, as curiosidades, as comidas, a arquitetura, o entretenimento, as compras, entre outras coisas. Espero que vocês apreciem e comentem!

FACEBOOK: Não acredite e não clique no "Profile Stalkers"

Do FacebookFácil




Profile Stalker: outra praga se dissemina pelos murais do Facebook



Publicado em 21 de julho de 2011




Lembra-se do “Who views your profile”? Demorou até, mas outra praga de comportamento semelhante voltou a atacar os murais alheios no Facebook.

Profile Stalkers promete a mesma coisa do outro aplicativo: mostrar quem está visitando o seu perfil no Facebook. Ele gera uma foto que é publicada com marcações do “Top 10″, o que causa um efeito devastador de poluição do Feed de notícias. A imagem é essa:
Profile Stalkers em ação.Profile Stalkers em ação.

A mensagem, a seguinte:

Check out who is viewing your profile and your TOP 10 stalkers @ http://bit.ly/[editado]

O link utiliza o encurtador de URLs Bit.ly, que possui sistema de estatísticas embutido. Nesse momento, o sistema acusa que só na última hora foram dados mais de 23 mil cliques nesse endereço, sendo 80% deles provenientes do Brasil:
Estatísticas de acesso do link do Profile Stalkers.Estatísticas de acesso do link do Profile Stalkers. (Clique para ampliar)

Profile Stalkers não vai lhe dizer quem está visitando ou visitou seu perfil. Isso é impossívelpartindo do pressuposto de que a API do Facebook não fornece esse tipo de dado. O aplicativo se utiliza de engenharia social para se auto-espalhar, de modo que a alta exposição gerada se reverta em algum benefício, geralmente financeiro, ao seu criador. Tudo às custas da poluição do Facebook, cujo fator viral espalha como pólvora coisas do tipo.

Um detalhe curioso e engenhoso sobre esse aplicativo é que ele não é um, mas vários. Já identifiquei dois, um com nome shresk e outro, mais recente, retreadre. Desse modo, as denúncias e o trabalho de limpeza do Facebook se tornam mais difíceis, afinal, enquanto se derruba um, outro aplicativo com a mesma finalidade aparece.

Vale a dica de sempre: tente conscientizar seus amigos para que eles não caiam nesse truque. E denunciem o aplicativo, sempre. Quanto maior o volume de denúncias, mais rápido o Facebook toma alguma atitude.

Assassinos do menino Juan presos no Rio de Janeiro

Do Estadão

PMs envolvidos no caso Juan são presos no Rio


Inquérito concluído nesta quarta, 20, apontou que menino de 11 anos foi morto por policiais


21 de julho de 2011 | 18h 24

Marcela Gonsalves - estadão.com.br








SÃO PAULO - Os quatro policiais militares suspeitos de envolvimento no assassinato do menino Juan de Moraes, de 11 anos, foram presos na tarde desta quinta-feira, 21. Segundo a assessoria da Polícia Militar do Rio, eles foram levados para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, na zona norte do Rio. Os mandados de prisão temporária foram cumpridos pela Corregedoria da PM.


Veja também:
link Inquérito conclui que Juan foi morto por policiais militares


A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense concluiu que, no dia 20 de junho, Juan foi executado pelos sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares e pelos cabos Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva em operação forjada - na qual não houve troca de tiros com criminosos - na Favela Danon, em Nova Iguaçu.


Na última terça-feira, 19, o Ministério Público do Rio de Janeiro havia pedido a prisão temporária dos PMs por dois homicídios duplamente qualificados, duas tentativas de homicídio e ocultação de cadáver.






quarta-feira, 20 de julho de 2011

SUSTENTABILIDADE: Sacola se dissolve em água quente

Do Twitter Comunicadores, via Caroline Cabral





Os verdadeiros piratas

Do Maria Fro

Estadunidenses, europeus e asiáticos são verdadeiros piratas da Somália


julho 20th, 2011 bymariafro





Novamente o norte da África toma as manchetes do mundo todo com visões de crianças famélicas, esquálidas, subnutridas. Desta vez é a Somália e a ONU pede ajuda mundial. E mais uma vez vemos os Estados Unidos e União Europeia posarem de países humanitários.


Mas como a Somália chegou no grau de empobrecimento e desagregação em que se encontra? Quem são os verdadeiros responsáveis por mais uma vez o mundo inteiro assistir a fome matar no Chifre da África?



Mogadishu, Somália, 19/07/2011 Foto: REUTERS/Ismail Taxta


Os Estados Unidos, países europeus, Japão e China praticam a pesca ilegal, não declarada, não regulamentada no mar territorial da Somália e em outros mares africanos. Na Somália esses países também depositam seus lixos tóxicos.


Essa pesca é proibida em outras regiões do planeta e põe em risco as reservas pesqueiras de países do continente africano.


O vídeo indicado pela @suesaphira nos responde muitas questões.









domingo, 17 de julho de 2011

Criminalidade: só a cadeia resolve?


Texto longo e que merece ser lido. Destaco o tópico que fala da construção do discurso de ódio pela mídia.


Do Vox Et Opinio




A Prisão no Brasil e a Democracia







*André Lucas Fernandes

Falar sobre o sistema prisional, como qualquer problema social, é falar de uma questão complexa. Não faltam trabalhos e mais trabalhos demonstrando que o atual modelo é impraticável, falido, destituído de qualquer razão para existir (além claro de uma vontade direcionada à manutenção de um modelo de sociedade).




Como controlador-mestre, articulando, criando meios para sua auto-reprodução, teríamos aquilo que tenho chamado de “discurso do ódio”. O discurso não é meramente a fala direcionada. Não confundir com o discurso do político, o discurso da festividade etc.


O discurso, aqui, é uma unidade simbólica e complexa que não só compõe como produz a sociedade. O discurso está na fala, mas vai muito além dela: está nas ações, nas instituições, na produção de imagens que nossa existência gera.


discurso do ódio está no criminoso, está no “cidadão de bem”. Ele se reproduz, pois essa é a sua única função. É esse discurso ideológico que gerencia o medo na sociedade, que gerencia a apartação (estamos diante de uma burocracia cega que rege nosso cotidiano). Além, é esse “ódio” que produz, conjuntamente com outros fatores, os valores que do nosso aparato moral (é o vidro fechado no sinal para afastar o “trombadinha”, é o “bandido bom é bandido morto” etc.)


Os manuais básicos de direito costumam falar que o Direito Penal é um dos ramos mais importantes e que através dele é possível avaliar a democracia de um país. Ele é a ultima ratio (ou poder final, a última fronteira, a esfera fatal) que só deveria ser acionada – a partir de concepções ideais – quando todas as outras instituições tiverem falhado. É notório então, não precisa ir até o presídio para perceber, que o nosso país tem uma democracia fragilizada, desigual, ilusória, discriminatória.


O abandono da coisa pública, aqui de forma geral, é resultado das parcerias e desdobramentos desse discurso. O não-cuidado, o descaso é um dos ramos do tronco do ódio. Esse é um ponto bastante complexo (como todos os outros, é verdade): a construção dos valores individualistas degenera a noção de “con-vivência” (o viver COM o outro).


Se não ME pertence, então pertence ao outro e, assim sendo, não é problema meu. Se não ME pertence, o outro que cuide. A dimensão do pertencimento conjunto, interligado não existe para a visão moderna de mundo. E se existe, vem sendo minada pelos poderosos grupos de pressão.


A NÃO-SOCIALIZAÇÃO X A FALÁCIA DA RE-SOCIALIZAÇÃO: SUJEITOS OPACOS E INVISÍVEIS


É nesse contexto social que uma das maiores falácias é constantemente reproduzida na fala dos que gerenciam o sistema prisional brasileiro, na fala da própria população: a re-socialização.


Esse é um raciocínio muito simples: como um sistema falido, sem estrutura pode re-socializar? É o mesmo que uma escola sem a devida estrutura: como aprender? É o mesmo que um hospital sem seus instrumentos: como promover sequer uma concepção curativa de saúde (não vou nem falar da preventiva)?


Mas podemos ir além, muito além: como falar de um processo que supostamente seria capaz de inserir o sujeito de volta ao convívio social, se esse sujeito NUNCA fez parte da sociedade? Ao menos não como cidadão. Talvez como um cidadão menor, de segunda classe.


E aqui vale essa observação para pintar o quadro do sistema prisional/carcerário/penitenciário (não importa a nomenclatura, não muda a realidade): existe sim um interesse de manter esses presos nessa exata situação. Existe uma utilidade (mais uma vez o velho Marx e o fetichismo da mercadoria) para esses homens e mulheres.


Antes da “linha de produção” (ou qualquer etapa do cumprimento de uma pena) são os sujeitos opacos, não são invisíveis. São aceitos, sem nitidez, para prestar um controle dinâmico sobre os interesses e expectativas daqueles que, sendo cidadãos de primeira linha, devem seguir modelos de comportamentos alinhados com a receita do discurso do ódio (do qual falei lá em cima).


Depois, o que se passa é a verdadeira invisibilização desses sujeitos, invisíveis como o bicho papão. Eles de fato existem, mas são cobertos pela grossa cortina cinza-chumbo do sistema prisional brasileiro. Sua função passa a ser a de controle social. São os atores (mas não autores) de um sempre potencial anúncio da hecatombe que é a violência humana. O “circo para a gente primeira” ver. É uma falácia do homem “selvagem”, “mau por escolha”.


E A MÍDIA COM ISSO?


A mídia atua como uma das instâncias reprodutoras do discurso do ódio em uma de suas ramificações mais nefastas: a atribuição da simbologia religiosa que permeia a gênese da sociedade ocidental.


Recentemente pude acompanhar o lançamento do livro da doutora em sociologia Patrícia Bandeira com o seguinte título: Histórias que a mídia conta: o discurso sobre o crime violento e o trauma cultural do medo.


Uma das constatações da pesquisa de Patrícia, em um trabalho que toma como base os jornais ditos “sérios” (em contraposição aos sensacionalistas), é a produção midiática de símbolos que enxertam um medo relacionado a eventos específicos. São justamente os eventos (especificamente os crimes) que, estatisticamente, são raros.


O código que é repetido é o do “demônio” em contraposição ao “divino”. Em casos emblemáticos, como o do menino João Hélio, o bandido é Lúcifer encarnado, enquanto a vítima é o “anjo que se sacrificou por todos nós”.


Quando o problema está na esfera do divino e do profano, então não é algo que seja possível solucionar através dos atos humanos. A maldade encarnada é invencível, o mito é sempre maior que o homem, do contrário perde seu efeito. Essa é a mágica do discurso ideológico, é mais uma das formas de reprodução do discurso do ódio.


Dessa forma, a “opinião pública” se satisfaz com o místico. O mesmo místico que historicamente só incentivou (paradoxalmente as mensagens de amor e comunhão) as ações públicas mais descabidas, danosas e desumanas. É o envolvimento de profissionais com o sentimento de barbárie, o abandono da razão.


Que fique claro: nem Patrícia Bandeira, muito menos eu, levantamos o “perdão” aos crimes. Ao crime cominará a pena previamente estabelecida e clara – esse é o fundamento da legalidade do Direito Penal. Muito menos ignoramos a dor daqueles que são vítimas diretas das ações violentas. O que não se pode é escusar atitudes irresponsáveis, afãs midiáticos afastando todo e qualquer esforço crítico na análise do problema.


Não vou entrar no mérito da consternação falaciosa que muitos de nós apresentamos apenas nesses eventos específicos. Comoção que gera uma indignação também falsa e que é descartada com a rapidez da atualização do twitter. (indico o texto “A tragédia pede a sua atenção” do amigo Miguel Rios)


AS FALSAS DESCULPAS


A dos investimentos privados: Sou totalmente contrário a investimentos privados nesse setor. É preciso abandonar os romantismos e atitudes maniqueístas. O mercado não é o grande vilão, mas ele se pauta numa lógica própria. Comte-sponville em um de seus livros fala que a esquerda já entendeu que o Estado não pode tudo, falta apenas a direita compreender que o mercado não é a solução de todos os problemas.


Qual a lógica de uma economia de escala que poderia ser aplicada ao sistema prisional? Vejo como ingênua, mentirosa, ou mesmo maldosa qualquer declaração que tente incentivar esse tipo de coisa. É o desenho apocalíptico-circense de uma Deadman Wonderland tal qual na obra de Jinsei Kataoka.


A da falta de dinheiro e estrutura: Constantemente ouvimos a alegação da falta de verbas. Estamos diante, realmente, da escassez do dinheiro, ou de um péssimo modelo de gestão aliado a hábitos administrativos que, ainda que façam funcionar a estrutura do Estado, geram consequências diversas e danosas? Como a sétima economia em arrecadação não tem dinheiro? O grande líder político do sul-sul é realmente tão impotente? Pesquisemos, senh@res. Pesquisemos as contas públicas (é nossa obrigação cidadã).


Recentemente vimos um Japão destruído recolocar sua infraestrutura urbana em ordem com pouquíssimo tempo hábil. Existe um abismo tão inalcançável (composto por práticas e valores) que nos afasta dos nipônicos? Em uma semana rodovias foram recuperadas após um desastre natural, mas as ruas de uma capital ascendente como o Recife ficam semanas para retirar e recolocar paralelepípedos. Imaginem a construção de um prédio para abrigar, dentro dos moldes corretos, uma instituição prisional?


Temos a nossa constituição insultada dia após dia. É o cotidiano que testemunha a fraqueza do pacto que rege a sociedade brasileira. Ou talvez seja a força desse pacto (já que somos nós que nos recusamos a ler as entrelinhas, as verdadeiras regras).


A GLAMOURIZAÇÃO DO CRIME


O último ponto que vou abordar é a o fenômeno da “glamourização do crime”. Não estamos diante de um problema raso como o “mocinho x o bandido” e o incentivo à ocupação do papel de bandido.


A produção de papéis sociais é muito mais sedutora e calorosa. Nós não somos convocados a participar socialmente como bandidos, pelo contrário: continuamos a ser os mocinhos. O mocinhoÉ o bandido. Palavras perigosas. Não se trata do bandido comum, mas do bandido “especial”. Se fosse possível uma separação grosseira: é bom ser o bandido fino, do colarinho branco, o bandido malandro (dos crimes das cifras ocultas); mau é o bandido comum, que bate o cano do revólver no vidro fumê do nosso carro.


Mais uma vez os valores se apresentam na produção de um ser social exemplar. Um modelo de “humano” que atua sem perceber a reflexão dos valores do individualismo, da apartação (valores que gestam o crime): são as roupas, as jóias, os gestos – que num exercício saudável poderiam ser neutros, mas todo símbolo carrega uma mensagem, todo signo possui um significado.


É complexo. Complexo como todo problema social. E só pode ser solucionado na mesma medida.


* André Lucas Fernandes – Recifense. Aluno do curso de graduação em Direito da Universida Federal de Pernambuco (UFPE). Escreve sobre um tudo. Faz literatura de baixa qualidade no seu blog pessoal: http://tbquerofalar.wordpress.com



Ator da Globo bate em criança na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro

Do Twitter do Carlos Latuff [vídeo do começo do ano]

Marcos Frota dá cotovelada em criança na Vila Cruzeiro, durante evento no Rio de Janeiro.





sábado, 16 de julho de 2011

Para ler a primeiro postagem da série, sobre o momento político português clique aqui



Imagens distorcidas que geram desunião entre povos com tanto em comum


Por Luiz Nascimento*

Dando sequência à série de textos sobre a desmistificação de Portugal, abordarei hoje a questão da imagem que os brasileiros têm dos portugueses e vice-versa. Ambos os lados têm uma imagem distorcida do outro, cada qual com seu motivo. Novamente, quero deixar claro que não tenho a pretensão de ser dono da verdade, mas apenas esclarecer a visão preponderante nos dois países, de alguém que vive no Brasil, mas que já esteve em Portugal e mantém contato com portugueses diariamente. Essa questão da imagem que os brasileiros criam dos portugueses foi um tema lançado a discussão em Portugal há não muito tempo.


Quando a novela da TV Globo, Negócio da China, passou a ser exibida em solo lusitano, os portugueses se espantaram, e alguns até se revoltaram, com a imagem que se tem deles no Brasil. Na novela, uma caricata família portuguesa era responsável pela pitada de humor na dramaturgia. Idosos com forte sotaque, o homem de bigode, caneta na orelha, dono de padaria e chamado Manuel, a mulher também com um nome bem arcaico, vestida de preto, sempre tendo na família um humor nascido a partir da velha premissa do “português burro”. Houve uma grande discussão em torno desta novela, se ela deveria ou não ser transmitida em Portugal.


No ano passado ainda houve outros exemplos, como a revolta do povo português para com a atriz Maitê Proença, que em gravação para seu programa no canal GNT, andou por Portugal fazendo piadas sob a mesma premissa e ainda mostrando um total desrespeito e falta de cidadania, chegando até a cuspir em uma fonte de água no centro de Lisboa e a fazer piada com a estátua de um grande nome português. A atriz, que era respeitada e admirada pelos portugueses, havia lançado seu livro em Portugal pouco tempo antes. Toda a boa imagem caiu por terra e a revolta foi geral, sua reportagem acabou sendo exibida nos principais jornais televisivos de Portugal e ela foi obrigada a pedir desculpas publicamente.







Cito estes exemplos pois grande parte da imagem que os portugueses têm dos brasileiros vem da mídia. Há anos que as principais telenovelas brasileiras são transmitidas por lá. Antes a TV Globo possuía uma penetração razoável em Portugal, agora é a TV Record que possui mais representatividade brasileira em solo luso. Ou seja, a imagem que os próprios brasileiros constroem de si mesmos é reproduzida por lá, e nesse bolo todo sempre espirra um pouco da imagem que se tem dos portugueses e de Portugal por aqui. Assim como parte dessa imagem que os lusos possuem dos brasileiros vem da mídia, outra parte vem do grande número de imigrantes brasileiros que vivem e trabalham em Portugal.


Imigração, mídia e alguns detalhes


Há milhares e milhares de brasileiros que imigraram a Portugal nos últimos anos. Os lusos possuem três imagens distintas e bem definidas. Obviamente, há aqueles que desferem seu preconceito pelo simples fato de serem imigrantes “roubando” emprego e espaço, dificultando a já complicada situação econômica de Portugal. Por outro lado, há também os que enxergam com bons olhos esses imigrantes, afinal os portugueses possuem uma vocação natural e histórica muito grande na imigração, um assunto que abordaremos em outro texto. Alguns são vistos com muito brio, como trabalhadores corajosos em busca de uma vida melhor. E há, por fim, os que têm também uma visão negativa pelo fato de haver muitos brasileiros na Europa, e também em Portugal, envolvidos no crime e principalmente na prostituição. Homens, mulheres, travestis e etc.


Enfim, em Portugal a visão do Brasil é tida tanto pela mídia, algo construído pelos próprios brasileiros, como pelos imigrantes tupiniquins que lá residem e também pela imagem histórica que o Brasil possui do exterior, muito discutida por aqui.


Já no Brasil, temos algumas frentes bem mais fortalecidas e amplas. Em primeiro lugar, o preconceito para com portugueses é histórico. Nos primeiros anos de vida, na formação, mais precisamente na escola, os brasileiros são educados no sentido de terem Portugal e seu povo como os vilões responsáveis por grande parte dos problemas que o país encontra ainda hoje. Grande parte dos brasileiros é educada no sentido de ter aversão a portugueses, generalizando uma imagem que costumeiramente os colonizados constroem dos colonizadores.


Em segundo lugar, há algo praticamente cultural. A questão das piadas envolvendo portugueses representam grande parte do preconceito brasileiro. Piadas sobre “portugueses burros” já são históricas, naturais e estão enraizadas na cultura brasileira. Por um lado pode parecer exagero chamar isso de preconceito, mas quando se está do lado dos imigrantes portugueses no Brasil, que não são poucos, percebemos o grau de preconceito envolvido nesta “prática”. Nas últimas semanas uma grande polêmica vem chamando a atenção da comunidade portuguesa no Brasil, mais precisamente em São Paulo, envolvendo justamente esta forma de preconceito.


Bolinho de bacalhau árabe e indigesto


O Habib's, empresa de alimentação que dispensa apresentações, lançou mais uma linha de produtos típicos de Portugal, como bolinho de bacalhau, pastel de Belém e etc. A propaganda destes produtos vem sendo alvo de críticas de vários portugueses que se sentem ofendidos. Panfletos distribuídos nas lojas da empresa em todo país contêm frases do tipo: "Como se chama um homem inteligente em Portugal? Turista”, "Qual é o único português que serve para alguma coisa? O Manuel de instruções" e por aí vai. No final de tudo, lê-se o seguinte: "As piadas são uma homenagem. Afinal, o dono do Habib's também é português".


O Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo afirmou que recebeu pelo menos dez denúncias de pessoas que se sentiram ofendidas pela propaganda. "Trata-se de discriminação contra o consumidor", disse o presidente, José Geraldo Tardin. Ele afirmou que entrou com representação no Conar (conselho de autorregulamentação publicitária).


Alguns podem achar um exagero considerar piadas do tipo como preconceito. Porém, imaginem que um português, ou até um descendente, entre em uma loja do Habib's e se depare com tais folhetos, lendo tais piadas. Imagine ainda este português, com sotaque natural, fazendo seus pedidos na loja. Se nos colocarmos no lugar dos portugueses frequentando o estabelecimento, percebemos que é sim preconceito, que há quem sofra com estas “piadas”. E isso não é difícil de acontecer, só em São Paulo estima-se que há mais de 1 milhão de portugueses e filhos de lusos. Se fossem piadas contra negros, homossexuais, ou até judeus, será que o assunto seria tratado como natural? É tão diferente assim?


Outro absurdo está na explicação de que eles se acham no direito de fazer “piadas” com portugueses por terem no comando de sua empresa um português. Então quer dizer que um negro pode discriminar outro negro? Tais piadas, ou melhor, a divulgação das mesmas tentando torná-las naturais, apenas faz com que o preconceito seja reforçado e tratado como algo corriqueiro, não sendo encarado como preconceito propriamente dito. Ou seja, é algo perigoso.


Caricaturas


Mudando um pouco o foco das imagens que os brasileiros possuem dos portugueses, deixando um pouco de lado esta imagem criada já na educação nacional, nas escolas, nos livros de história, e também esse estigma de “português burro”, entremos no ponto da caricatura. A partir do contato que as últimas gerações de brasileiros têm e/ou tiveram com portugueses, formou-se uma imagem obsoleta dos lusos. Sabe-se que grande parte da enorme concentração de portugueses no Brasil se dá em São Paulo e no Rio de Janeiro, são os famosos “portugueses da diáspora”, que chegaram ao Brasil no século passado, principalmente na primeira metade do século XX.


Milhares de portugueses chegaram ao Brasil principalmente entre as décadas de 1930 e 1960, que hoje são pais e avós de muitos brasileiros. Portugueses que deixaram seu país em meio a ditadura salazarista, ou por esse motivo, ou pela histórica vocação imigrante. A imagem de portugueses donos de padaria, que tomam vinho e comem bacalhau, bigodudos, com caneta na orelha, chamados Manuel, Joaquim ou Maria, que adoram fado e vira, vem dos portugueses desta época. Esta imagem arcaica, obsoleta, retrógrada de um Portugal que quase não existe mais.



Muitos brasileiros ainda têm uma imagem assim dos portugueses. Sem generalizar, claro. Portugal mudou muito deste tempo para cá. É óbvio que esta imagem era verdadeira à época, algo característico, que até entrou para a história e cultura lusitanas, mas é algo passado. Falamos hoje de um Portugal evoluído, globalizado. Há de tudo, não apenas bacalhau e padarias. Há pessoas de todos os nomes, não apenas Manoéis e Joaquins – apesar de serem muitos ainda. Falamos de um país como qualquer outro neste aspecto. Essa imagem demasiadamente caricata é uma das facetas daquilo que muitos brasileiros entendem por Portugal e seu povo.


Enfim, a partir de ambos os lados encontramos imagens distorcidas, que não representam a realidade e que tendem a reforçar preconceitos. Portugal e Brasil possuem muito em comum, principalmente a língua – que também será tema de um próximo texto – que deveria unir esses povos, e não distanciar e criar discussões preconceituosas e discriminatórias. Há muitos brasileiros e muitos portugueses que possuem uma imagem mais verdadeira e respeitosa uns dos outros, mas ainda nos deparamos com muitas discussões – em fóruns da internet principalmente – calcadas em preconceitos bestas e sem fundamento, sobre ideias e imagens irreais, caricatas, que em nada tendem a acrescentar.


Temos de dar importância às imagens distorcidas sim, por menores e mais insignificantes que possam parecer, pois falamos de duas nações que poderiam se relacionar de forma fraterna em todos os sentidos. Falamos de dois países com muito em comum e que podem crescer em conjunto, sob todos os aspectos. Ambos os países e ambos os povos ainda não perceberam a força que a língua em comum possui e o que poderia ser feito a partir dessa relação tão próxima, porém, também tão distante. 


* Luiz Nascimento – Estudante de jornalismo, brasileiro de nascimento, com nacionalidade portuguesa. Ligado à comunidade portuguesa de São Paulo, neto de imigrantes lusos e sempre em estreito contato com Portugal.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O Mundo Mágico de Escher em São Paulo

Ao olhar a obra de Escher (1898 - 1970), você pode pensar que ele tinha um parafuso a menos, dada a aparente falta de lógica existente em suas gravuras.




[caption id="attachment_2115" align="aligncenter" width="640" caption="Exposição em 4 pisos do Centro Cultural Banco do Brasil aproximam espectadores de gravuras, espelhos e colheres"][/caption]

Não. Ele tinha parafusos a mais, e não a menos.



O artista transforma nossa lógica corriqueira em um mundo à parte. Suas obras trazem uma maneira muito própria de transgredir o espaço e o tempo.


Gravuras, colheres, espelhos e labirintos visuais compõem todo um cenário especial.



Algumas obras utilizam a mesma "tecnologia" que aqueles "tazzos" e cartões de Natal - os quais você muda de posição e altera a imagem dando uma ilusão de movimento.


"Passeios por Amsterdã"







Essa modalidade de arte me lembra a literatura fantástica - temos de nos perguntar se aquilo de fato aconteceu; duvidamos dos acontecimentos, no caso das imagens, que nos são apresentados; os tempos e os espaços se misturam e negam nossas leis naturais, aquilo que usamos para explicar nosso mundo de forma racional.







Vale à pena conferir e se impressionar:


O Mundo Mágico de Escher, no CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil - fica em cartaz até dia 17/07/2011. Grátis. Rua Álvares Penteado, 112. Centro.


Além da visitação em si, é sempre interessante e inspirador - acho eu pelo menos - caminhar pela região central da cidade e aspirar todas aquelas construções marcadas pela história da Terra da Garoa.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O Egito pós-Mubarak ainda ferve

Do Global Voices




Egito: Por que 8 de julho?



Tradução publicada em 11 Julho, 2011 23:38 GMT · Veja o post original [en]





Escrito porTarek Amr




Este artigo é parte de nossa cobertura especial da Revolução no Egito em 2011.






Os egípcios voltaram com força total à Praça Tahrir, o epicentro de sua revolução, mais uma vez no dia 8. Mas por que eles ainda protestam mesmo depois de sua revolução ter terminado, de Mubarak não estar mais no poder e de muitos de seus correligionários estarem atrás das grades? Bem, não é tão simples, e muitos blogueiros discutiram por que milhões de pessoas que estiveram na Praça Tahrir em janeiro estão de volta às ruas.


Colocando a deposição de Mubarak de lado, muitas das demandas de janeiro ainda não foram atendidas. Sama Singer (@Sama_Singerresumiu o que ela acredita que sejam as demandas do 8 de julho [ar] num artigo em seu blog.



حد ادنى للأجور 1200 جنيه ، وحد اقصى للأجور ، مع مراقبة الاسعار حتى تتوافق مع محدودى الدخل
المحاكمات العلنية والسريعة لمبارك واولاده ووزراءه وحاشيته الفاسدة ، وكل من افسدوا علينا الحياة السياسية
تكريم الشهداء وتعويض اهالى الشهداء ، وسرعة محاكمة قتلة الشهداء
تكريم المصابين ، وعلاجهم على نفقة الدولة ، وتعويضهم
حرمان أعضاء الحزب الوطني السابق من حق الممارسة السياسية لمدة 5 سنوات على الأقل
الافراج الفورى و التام عن كل المعتقلين السياسيين واصحاب الرأي من يوم 25 يناير وما قبلها الى يومنا هذا
الوقف الفوري للمحاكمات العسكرية للمدنيين ، واعادة محاكمة من تم محاكمتهم عسكريا من المدنيين امام محاكم مدنية

1.200 libras egípicias de salário mínimo, bem como de salário máximo, enquanto monitora-se o processo para se ter certeza de que o dinheiro vá aos bolsos dos pobres.
Julgamentos públicos e imediatos para Mubarak, seus filhos, seu regime corrupto e todos aqueles que corromperam nossa cena política.
Honras aos mártires, compensações para suas famílias e julgamentos imediatos para os responsáveis por seus assassinatos.
Honras aos feridos, compensando-os e tratando-os às custas do Estado.
Proibição aos membros do Partido Democrático Nacional de participarem de qualquer processo político por no mínimo cinco anos.
A soltura imediata dos prisioneiros políticos e daqueles presos por seus pensamentos desde do 25 de janeiro e desde antes disso, até hoje.
A cessão imediata dos julgamentos militares e a alocação dos julgados em juris civis.

Ela também escreveu sobre a limpeza das “organizações corruptas”, como a polícia, a mídia e o sistema judiciário.


Mina Naguib (@MinaNaguib90escreveu sobre notícias recentes [ar] que ele ouviu e que fizeram-no ainda mais interessado em participar.



صحيت أول إمبارح و كالعادة بشوف الأخبار و كانت الأخبار كالآتى … سوزان مبارك بتشتكى حراس قصر شرم الشيخ عشان موقفوش لجناب حرم المخلوع و هى داخلة القصر!! و تم تغيير الحرس … ثم خبر تأجيل محاكمة المتهمين بقتل الثوار و رجوعهم لوظايفهم حتى 3 سبتمبر … مبقتش عارف أعمل إيه!!

Eu estava assistindo ao noticiário alguns dias atrás e as notícias eram: Suzan Mubarak reclamava que os guardas de seu palácio em Sharm não se levantavam quando ela entrava no palácio, e eles foram trocados. Então vieram as notícias de adiamento dos julgamentos daqueles acusados de assassinar os revolucionários e de que estes estão de volta às suas posições a partir de agora e até o dia 3 de setembro. Então fiquei tão confuso que não sabia o que fazer ou dizer!

Ele então continuou:



ثم جاء اليوم خبر عن النائب العام إنه طعن على الحكم ببرائة المغربى و الفقى و غالى و فضلى …. بقيت مش عارف أتكلم خالص عشان مش فاهم هم إزاى أخدوا برائة و هل إنه طعن يبقى دة حاجة كويسة ولا دة إيه دة؟؟ يعنى هو إزاى أصلاً ياخدوا برائة من الأول؟؟ لو دول معملوش حاجة يبقى مين اللى عمل؟ أمى؟
كله كوم طبعاً و والدة الشهيد اللى إبنها التانى اللى باقلها إتحاكم عسكرى بعد القبض عليه عند مسرح البالون!

Então vieram as notícias da apelação do Promotor Geral contra a libertação de El-Maghraby, de El-Fiki Ghali e de Foudly. Isto me deixou sem palavras e sem poder entender como eles puderam ser libertos, nem sem entender se a apelação era boa ou ruim! Como pode eles terem sido libertos? Se aquelas pessoas não fizeram nada, então quem é o responsável por tudo isso? Minha mãe?
Tudo isso vem depois da mãe de um dos mártires cujo outro e único filho vivo está passando por um julgamento militar por conta dos eventos no Teatro El-Balloon alguns dias atrás.

Mohamed El-Sarty [Ar] and Ahmad Taha [Ar], por outro lado, preferiram usar a ironia e ponderaram por que as pessoas deveriam voltar a Tahrir se a polícia está agindo de maneira perfeitamente pacífica, a justiça fora servida aos mártires, a Corte Suprema das Forças Armadas julga civis em cortes militares e a polícia e os militares do antigo regime são julgados em cortes civis. Taha também compartilhou uma foto de um policial mostrando o dedo do meio aos protestantes há alguns dias.



E finalmente Assemism tem um ponto de vista diferente [ar], escrevendo sobre como, apesar de tudo isso e em sua opinião, algumas forças políticas ainda estarem usando os mártires sem um senso de patriotismo. Ele citou um amigo chamado Kareem Mounir, dizendo:



” أنا النهاردة كنت باتكلم مع أم لشهيد و كنت حاعيط ! و اللي ضايقني اكتر اني عارف انها صادقة و كل حاجة لكن للأسف الناس اللي حواليها بيستغلوها “

“Hoje, eu estava conversando com a mãe de um dos mártires e eu estava prestes a chorar. Eu estava certo de que ela estava sendo honesta no que dizia, mas infelizmente as pessoas ao redor dela a estão usando.”

Ele então comentou em cima do que o amigo dizia.



طبعاً الناس اللي حواليها .. هي بكل أسف قوى سياسية المفروض انها مسؤوله لكنها للأسف بتقوم بدور الزبالين حاليأً .. بتلم أكبر قدر من الوطنية من على الأرض و أحياناً استغلال للشهداء كمان

Com certeza aqueles ao redor dela, infelizmente, são forças políticas que deveriam ser responsáveis, porém eles agem como coletores de lixo, eles pegam o senso de patriotismo do chão e o usam tão bem quanto os mártires em seu próprio benefício.